Fiasco referendário?

Chove. Apesar dos apelos insistentes, a abstenção será muito elevada neste referendo. Mais de metade dos eleitores não irão votar. Como interpretar este fiasco? Há uma conclusão inevitável: o tema não mobilizou as pessoas, revelando-se artificial. Não esqueçamos que houve um referendo com a mesma pergunta há nove anos. Talvez seja também um sinal de que muitos pensam que o problema do aborto não se resolve alterando a lei.
Mas a fraca participação neste referendo vem, sobretudo, tornar mais evidente o desfasamento entre "agenda" política e os problemas das pessoas. Esta realidade é preocupante e deve fazer-nos reflectir. Se, como tudo indica, a consulta voltar a não ser vinculativa o Referendo vai atravessar uma crise. Surgirão vozes para alterar a lei e, atrevo-me a dizer, não teremos um novo referendo nos próximos anos.
E agora que venham os resultados.

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